Quarto Bimestre aula 10 - O corpo e a mídia

O Corpo e a mídia

Cada sociedade age sobre o corpo de forma distinta, os padrões de beleza são reflexos culturais que servem de referência para os indivíduos se portarem no meio em que vivem. Sendo assim é possível afirmar que as mudanças na noção da imagem corporal que ocorrem com o passar do tempo são oriundas das mudanças de discurso.

No Renascimento, por exemplo, a percepção passou a ser guiada pelo método científico, os indivíduos passam a apreciar a razão, sendo o corpo utilizado como objeto de estudos e experiências, mudando da visão teocêntrica para a Antropocêntrica.

O corpo foi redescoberto nessa época, reflexo disso são as várias obras de artistas como Da Vinci, Rafael e Michelangelo. A crescente burguesia queria ser registrada em pinturas e para isso pagavam bem caro. O corpo gordo era associado a fartura, enquanto o magro era visto como sinônimo de fome e pobreza.

Com o advento da revolução industrial e a expansão do capitalismo no século XIX mais uma vez a visão corporal foi modificada passando a ser enxergado como uma máquina de acumulo de capital, as novas tecnologias de produção desencadearam a homogeneização de gestos e hábitos, se refletido também na educação do corpo, identificando-se não só com técnicas, mas, sobretudo, com interesses de produção. O corpo passa a estar a serviço da economia (corpo produtor) que precisa de saúde para produzir melhor e ao mesmo tempo se adaptar aos padrões de beleza para consumir cada vez mais.

Nos dias atuais o corpo passou do mundo dos objetos para a esfera dos sujeitos, que buscam reconhecimento e glorificação, para isso investem cada vez mais em si, com a intenção de obter prazer e status. Observamos um mercado crescente de serviços e produtos. Somos induzidos a consumir mais e mais na busca de um corpo magro e sarado imposto pela mídia.

As pessoas que fogem desse padrão geralmente são mal vistas, os que sofrem com questões de peso, por exemplo, são vítimas de discriminações em todos os lugares inclusive na própria família. Os modelos corporais são evidenciados como indicativo de beleza e sucesso pessoal, a aparência muitas vezes é ligada a sensatez e ao bom gosto, ou seja, pessoas magras e de boa aparência são considerados bons líderes e melhor capacitados para o mercado de trabalho. Pessoas fora do peso são vistas como preguiçosas, incapazes, e insensatas, pois, se não fazem boas escolhas para si, não poderão fazer para os outros. Tal atribuição é absurda, mas, infelizmente muito comum em nossa sociedade.

A mídia veicula a apresentação da beleza estética associada a ideias de saúde, magreza e atitude. A publicidade se apodera de ações subjetivas que incentiva modismos e estilos de vida. A carência e o medo da velhice passam a ser combatido ou amenizado com vários produtos e técnicas estéticas que prometem efeitos milagrosos, o mercado da beleza vende a “possibilidade” de se permanecer vivo, belo e saudável.

As pessoas estão cada dia mais insatisfeitas com sua aparência, os novos padrões estéticos desencadearam uma imagem de crise, o que se reflete no aumento do número de cirurgias plásticas. As mulheres estão recorrendo desenfreadamente ao uso de maquiagem, roupas da moda e a procedimentos estéticos como uso de próteses de silicone nos seios, lipoaspirações ou ainda o uso de substâncias químicas.

Os homens também são bem influenciados, sobretudo, na busca de um corpo malhado usam anabolizantes e colocam em risco sua saúde. Os jovens estão buscando cada dia mais se mascarar, escondendo detalhes que não gostam e evidenciando o que a mídia considera belo.

Com os avanços tecnológicos a comunicação de massas aumentou significantemente, a reprodução do corpo não se reduz mais ao âmbito da pintura e do desenho como no renascimento, agora ela atinge muitas pessoas, sendo o corpo reproduzido em série por fotografias, pela televisão e pela internet.

O contexto social a qual estamos vivendo demonstra uma mudança nos padrões não só estéticos mas também nos morais, vivemos em tempo em que ocorre o enfraquecimento dos principais meios de construção da identidade como a religião, e a família, as pessoas estão cada vez mais egoístas preocupando-se somente com seu próprio corpo sendo incentivados por uma cultura que valoriza a imagem e que tem como principal aliado a mídia.

 

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Fonte: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/valorizacao-ao-corpo-influencia-da-midia/56454