BULIMIA
O que é Bulimia?
A bulimia nervosa (CID 10 - F50.2) é um transtorno alimentar no qual uma pessoa oscila entre comer exageradamente, com um sentimento de perda de controle sobre a alimentação, e episódios de vômitos ou abusos de laxantes tentando impedir o ganho de peso. Também chamada de bulimia nervosa, o distúrbio leva as pessoas a estarem sempre preocupadas com a aparência, principalmente com o peso.
Casos de alcoolismo também são muito mais frequentes em pessoas bulímicas. A bulimia também leva a desconforto interpessoal pela necessidade frequente de esconder o comportamento ou por eventuais pressões de familiares e companheiros que se dão conta do transtorno alimentar.
Causas
A causa exata da bulimia ainda é desconhecida. Trata-se de um transtorno de alimentação e, por isso, muitos fatores podem estar envolvidos nos motivos que levam à sua ocorrência.
A influência exercida pela mídia sobre o comportamento e o padrão de beleza das pessoas também pode estar entre as possíveis causas da bulimia.
O culto ao corpo magro e o desprezo às pessoas acima do peso pregado pela indústria da beleza e da moda, aparentemente, levam milhões de pessoas em todo o mundo a apresentar quadros de bulimia.
Dessa forma, a bulimia é um distúrbio de imagem, no qual o paciente não consegue aceitar seu corpo da forma como ele é, ou tem a impressão de que está acima do peso em níveis acima da realidade.
Isso pode levar a um quadro de ansiedade, que faz a pessoa buscar maneiras bruscas de perder peso rapidamente, ao mesmo tempo em que busca conforto na comida.
Fatores de risco
A bulimia provavelmente ocorre devido a mais de um fator. Fatores que podem contribuir para seu desenvolvimento são:
- Fatores genéticos
- psicológicos
- traumáticos
- familiares
- sociais
- culturais.
Mulheres jovens: a bulimia afeta muito mais mulheres do que homens e é mais comum em mulheres adolescentes e em jovens adultas.
Genética: também pode ser um fator de risco para a bulimia. Estudos mostram que ter um parente com bulimia pode favorecer o desenvolvimento da doença.
No entanto, ainda não está certo se é um fator genético que predispõe à bulimia ou o comportamento familiar que favorece a doença.
Falta de serotonina: Acredita-se também que a deficiência de serotonina, um neurotransmissor diretamente relacionado à sensação de prazer, pode estar relacionada à bulimia.
Sintomas de Bulimia
Os sintomas de bulimia mais comuns são:
- Preocupação excessiva com o peso e com a silhueta
- Ter medo de ganhar peso
- Perder o controle sobre o que come
- Comer em excesso até sentir desconforto ou dor
- Ir ao banheiro imediatamente após as refeições
- Forçar o vômito após comer
- Fazer uso de diuréticos e laxantes após comer
- Usar suplementos diários de perda de peso.
Buscando ajuda médica
Se você apresentar alguns dos sintomas de bulimia, considere procurar um médico. Saiba que esse transtorno pode acarretar em problemas mais graves se não houver tratamento e que existe cura.
Converse com seu médico, psicólogo ou ainda com algum parente, amigo ou pessoa de confiança sobre os sintomas.
Caso um familiar ou alguém próximo a você esteja com sintomas de bulimia, converse com essa pessoa. Muitas vezes o paciente não tem consciência de que está passando por dificuldades e precisará de muito apoio para superar.
Tratamento de Bulimia
Ida ao pronto-socorro
Pessoas com bulimia raramente vão ao hospital, exceto quando os ciclos de comportamento bulímico acarretam também em anorexia.
Ou quando forem necessários medicamentos para ajudar a interromper a purgação e, também, em casos em que depressão profunda estiver presente.
Tratamento passo a passo
Com mais frequência, uma abordagem passo a passo é usada para pacientes com bulimia. O tratamento depende da gravidade da bulimia, assim como a resposta da pessoa aos tratamentos. Veja exemplos:
- Grupos de apoio podem ser úteis para pacientes em condições estáveis, que não têm nenhum problema de saúde
- A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia nutricional são os melhores tratamentos para a bulimia que não responde a grupos de apoio
- Antidepressivos geralmente são usados para bulimia.
Terapia
Os pacientes com bulimia podem desistir dos programas se tiverem esperanças não realistas de serem "curados" somente com terapia. Antes do início de um programa, deve-se esclarecer o seguinte:
- Várias terapias provavelmente serão experimentadas até que o paciente possa superar esse distúrbio grave
- É comum a bulimia retornar (recaída), mas isso não é motivo para desespero
- O processo é doloroso e exige um trabalho árduo da parte do paciente e de sua família.
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Convivendo/ Prognóstico
Bulimia é uma doença de difícil recuperação, mas a cura é possível.
Confira algumas recomendações que pacientes com bulimia devem levar em conta durante o tratamento:
- Siga à risca as orientações do médico e o tratamento
- Siga uma dieta saudável, devidamente orientada por um especialista
- Informe-se bastante sobre bulimia, frequente grupos de apoio e saiba das consequências que podem ser geradas
- Procure ajuda médica em caso de recaída
- Tenha paciência consigo mesmo
- Exercite-se, mas com cautela. Siga sempre as orientações dos médicos.
Complicações possíveis
A bulimia pode ser perigosa e levar a complicações médicas graves ao longo do tempo. Por exemplo, os vômitos frequentes colocam ácido gástrico no esôfago (o tubo que liga a boca ao estômago), o que pode lesar permanentemente essa área.
Possíveis complicações da bulimia incluem:
- Constipação
- Desidratação
- Cáries
- Desequilíbrios eletrolíticos
- Hemorroidas
- Pancreatite
- Inflamação na garganta
- Rasgos no esôfago devido ao excesso de vômitos
Bulimia tem cura?
A bulimia é uma doença com efeitos a longo prazo. Muitas pessoas ainda apresentarão alguns sintomas, mesmo com o tratamento.
Pessoas com menos complicações médicas de bulimia e aquelas que têm vontade e podem participar da terapia têm uma chance maior de recuperação.
Prevenção
Apesar de não haver um meio 100% garantido de se prevenir da bulimia, é sempre possível evitar o contato com alguns fatores contribuintes. Veja:
- Cultive sempre a ideia de um corpo saudável com seu filho ou filha, independentemente da silhueta ou do peso
- Converse com o pediatra de seu filho ou filha. Eles podem notar desde cedo algumas indicações de distúrbios alimentares e as melhores maneiras de evitar que eles se desenvolvam
- Converse com um médico também se souber de algum parente da família que já teve ou tem algum tipo de distúrbio alimentar. A pessoa pode ajudar a aprender desde cedo a lidar com a questão e a impedir que o problema evolua também.
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Referências
Associação Brasileira de Psiquiatria
Danielle Alves, psicóloga - CRP 17953/PR
Ivan Mario Braun, psiquiatra - CRM 57449/SP